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sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Melgaço

Olá amigos!
Hoje trago para vocês um poema muito bonito,
que conta um pouco sobre o Distrito de Melgaço,
poema este, que foi elaborado por uma grande amiga a Dr.ª Flozilda Kunde.


Melgaço

Melgaço é uma palavra 
que não é nada pomerana
não tem nada a ver com mel
nem com o bagaço da cana.

Estudando a história 
do município natal
descobrimos que Melgaço
é uma aldeia de Portugal.

A essa altura da história
perguntarão vocês
o que será que tem a ver
alemão com português? 

É que no tempo dos bandeirantes
passaram por aqui bandeiras 
que iam de São Paulo a Minas
para lá buscar as riquezas.

Tinham seus quartéis de apoio
nesses caminhos compridos 
aos quais deram alguns nomes
de lugarejos conhecidos.

Assim é que surgiu Melgaço
que é uma vila de além mar
e que no mapa de Portugal
ainda se pode encontrar.

Muitos anos mais tarde
chegaram aqui os imigrantes
e aproveitaram as trilhas
abertas pelos bandeirantes.

Alemães e pomeranos, 
também alguns holandeses 
embrenharam mato a dentro
trabalhando como camponeses.

Com muita dificuldade 
mas com fé e dedicação
construíram mais um pedaço
da nossa grande nação.

Mas o povo pomerano
sempre foi sacrificado
sem recursos, sem estudo,
teve que cortar um dobrado.

A fé em Deus e o trabalho
é que os fizeram seguir em frente;
assim podemos dizer
que é um povo sobrevivente.

Sobreviveram as doenças
a fome, a peste, a guera;
contribuíram para a cultura
da nossa querida terra.

Ainda hoje os descendentes 
passam por muita dificuldade
não tem as regalias
do pessoal lá da cidade.

Falta saúde, falta dinheiro,
o trabalho é duro e pesado
o lavrador em sua lida
é pouco valorizado.

O lazer para nossos jovens
praticamente não existe;
voar de moto e tomar cachaça 
trazem consequências tristes.

Aos domingos, pelo menos
tem-se uma distração:
ir aos cultos nas igrejas
do pastor ouvir o sermão.

E os serviços de saúde?
Como é que eles estão?
estão oferecendo de fato
saúde a população?

Falta assistência, faltam remédios,
mas não é por mal vontade
é que ainda não aprendemos 
a lidar com as dificuldades.

Dificuldade de acesso,
dificuldade de locomoção,
falta de profissional,
falta de motivação.

Nem mesmo o "Saúde Família"
está conseguindo atingir
bons indicadores de saúde
não adianta fingir! 

Mas agora estamos traçando
um tal "Plano Diretor"
este parece que vai ensinar 
a trabalhar com mais amor.

Em cima da realidade
que agora vamos estudar,
o trabalho na saúde
fica mais simples de planejar.

Depois do planejamento 
vem a fase de execução
trabalhando com afinco
e com muita disposição.

Vamos nos espelhar 
no exemplo dos antepassados 
eles, com poucos recursos 
mudaram uma realidade.

Do mato fizeram campos,
da tristeza, alegria
e ainda nos forneceram
o pão-nosso de cada dia! 
























quarta-feira, 30 de abril de 2014

Farijnmoil–Quitungo de Farinha

Hoje conto um pouco sobre o quitungo (moinho)!
O sofrimento dos colonos, a saudade da terra natal, as necessidades básicas… o povo pomerano passou muita necessidade, em todos os sentidos, uma dessas necessidades foi de dinheiro. Consequentemente, não dava pra comprar alimentos, essa necessidade fez o povo pomerano cultivar e produzir o seu próprio alimento.
A farinha constitui um dos principais produtos da mandioca e o seu uso é muito difundido entre muitos brasileiros, porém na refeição dos pomeranos se torna um alimento essencial e insubstituível. Além de fazer a farinha, também era produzido o polvilho da mandioca, o polvilho era/é utilizado para fazer biscoitos, assim se economizava com o trigo. Para a produção da farinha (iguaria de luxo antigamente) é usado um conjunto de máquinas e roldanas que formam o moinho, o mesmo já existia antes da chegada dos imigrantes Pomeranos, porém os pomeranos o aperfeiçoaram e fizeram o moinho funcionar através da força d’agua, diminuindo assim o esforço físico, contudo não deixa de ser um trabalho manual.
Farijmoil
Como é produzida:
A mandioca, em raiz mesmo, é colocada em uma espécie de cilindro que gira com a força da água, o movimento de girar  faz com que as raízes de mandioca fiquem limpas. Depois de forma manual é removida todas as impurezas que possam alterar a qualidade do produto.
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Depois de limpas, as raízes são raladas com um ralador como este…
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Após ser ralado, a mandioca fica como um creme, então, coloca-se em sacos e depois em uma prensa manual para que saia todo o líquido.
                  prensa manual 
O último processo é a secagem, a mandioca “prensada” é levada ao forno, e já esta quase pronta a farinha. A farinha fica no forno por cerca de 30 minutos, ou até que esteja sequinha.
          
                    
E então está pronta! Uma farinha mais grossa, muito apreciada pela maioria.
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Obs.: Para produzir uma saca de farinha é necessário 100Kg de mandioca.

Todas as informações contidas neste texto foram coletadas pessoalmente, através de uma visita feita a família Rainholz em 2012, juntamente com a professora Horrana de Kássia, a quem devo muito, e também a minha avó D. Laura e meu pai Rogério. Agradeço de coração aos Rainholz que nos receberam tão bem, abrindo sua casa, nos trazendo informações, sem ao menos nos conhecer.
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