O sofrimento dos colonos, a saudade da terra natal, as necessidades básicas… o povo pomerano passou muita necessidade, em todos os sentidos, uma dessas necessidades foi de dinheiro. Consequentemente, não dava pra comprar alimentos, essa necessidade fez o povo pomerano cultivar e produzir o seu próprio alimento.
A farinha constitui um dos principais produtos da mandioca e o seu uso é muito difundido entre muitos brasileiros, porém na refeição dos pomeranos se torna um alimento essencial e insubstituível. Além de fazer a farinha, também era produzido o polvilho da mandioca, o polvilho era/é utilizado para fazer biscoitos, assim se economizava com o trigo. Para a produção da farinha (iguaria de luxo antigamente) é usado um conjunto de máquinas e roldanas que formam o moinho, o mesmo já existia antes da chegada dos imigrantes Pomeranos, porém os pomeranos o aperfeiçoaram e fizeram o moinho funcionar através da força d’agua, diminuindo assim o esforço físico, contudo não deixa de ser um trabalho manual.
Como é produzida:
A mandioca, em raiz mesmo, é colocada em uma espécie de cilindro que gira com a força da água, o movimento de girar faz com que as raízes de mandioca fiquem limpas. Depois de forma manual é removida todas as impurezas que possam alterar a qualidade do produto.
Depois de limpas, as raízes são raladas com um ralador como este…
Após ser ralado, a mandioca fica como um creme, então, coloca-se em sacos e depois em uma prensa manual para que saia todo o líquido.
![]()
O último processo é a secagem, a mandioca “prensada” é levada ao forno, e já esta quase pronta a farinha. A farinha fica no forno por cerca de 30 minutos, ou até que esteja sequinha.
E então está pronta! Uma farinha mais grossa, muito apreciada pela maioria.
Obs.: Para produzir uma saca de farinha é necessário 100Kg de mandioca.
Todas as informações contidas neste texto foram coletadas pessoalmente, através de uma visita feita a família Rainholz em 2012, juntamente com a professora Horrana de Kássia, a quem devo muito, e também a minha avó D. Laura e meu pai Rogério. Agradeço de coração aos Rainholz que nos receberam tão bem, abrindo sua casa, nos trazendo informações, sem ao menos nos conhecer.
Parabéns pelo belo trabalho, só quem conhece esse tipo de trabalho pra valorizar. venho de uma família assim. Eu tive a oportunidade de trabalhar junto com meu pai e irmãos em nosso antigo "Quitungo" a casa de fazer farinha, era tudo movido a água também, exatamente assim como o que você postou...estou pensando em fazer uma maquete do nosso antigo quitungo, que hoje já não funciona mais e nem existe...uma pena. Abraço. Gilmar Krause.
ResponderExcluir